Três torcedores santa-marienses do Grêmio, presos por tentativa de homicídio qualificado desde o final de fevereiro, foram soltos nesta terça-feira após audiência de instrução. Os réus Edison Costa de Alencar, Mauro Henrique Marques e Mateus Martins eram acusados de agredir outro torcedor do Grêmio na volta de um jogo, em um parador na cidade de Montenegro. O caso envolveu duas torcidas organizadas de Santa Maria. As câmeras de segurança do local registraram a briga (veja abaixo). Eles estavam presos desde 26 de fevereiro na Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm).
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A juíza que avaliou o pedido de revogação da prisão preventiva dos acusados, Priscila Gomes Palmeiro, de Montenegro, alegou que a prisão se deu pela gravidade do fato e periculosidade. Porém, a soltura foi determinada porque já passou bastante tempo do caso e, após oitiva dos motoristas, policial civil e demais testemunhas, foi possível perceber que a agressão não foi premeditada. Conforme a juíza, todas as testemunhas apontam que houve uma briga generalizada.
Além disso, foi fixada uma medida cautelar até o final do processo, em que os réus ficam impedidos de ingressar em estádios de futebol, em bares ou lugares que vendam bebidas alcoólicas, devem cumprir recolhimento domiciliar à noite e participar de todos os atos do processo.
O advogado de defesa de Edison Costa Alencar e Mauro Henrique Marques, disse saiu satisfeito da produção probatória.
- Conseguimos demonstrar que briga generalizada é diferente de tentativa de homicídio. Ainda mais quando provocada pela torcida organizada da qual pertencia a vítima. A soltura dos réus, ainda que tardia, representou um ato de justiça - afirmou Wedner Lima.
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A defesa de Mateus Martins garantiu que as atitudes do torcedor demonstram que ele agiu em legítima defesa e que estava preso injustamente.
- Pelo vídeo, a gente consegue ver que o Mateus agrediu o homem porque ele estava arremessando pedras contra ele. Assim que ele percebeu que o homem não reagia mais, ele cessou a briga - descreve Gustavo de Souza, advogado do réu.
A juíza também levou em consideração que a vítima não quis levar adiante o processo criminal.
O CASO
O caso aconteceu em 1º de dezembro, quando as torcidas voltavam de uma partida em Porto Alegre. De acordo com o delegado André Roese, responsável pelo caso, existia uma desavença entre dois grupos de torcedores, que já estavam trocando provocações naquele dia. Quando o ônibus fretado por uma das torcidas estacionou no restaurante em Montenegro, passou a ser alvo de garrafadas arremessadas pelos torcedores da outra, que recém haviam desembarcado de um micro-ônibus. Após os torcedores descerem do ônibus, iniciou-se a briga. As imagens das câmeras de segurança mostram que um dos torcedores foi agredido brutalmente quando já estava caído no chão.
Em 18 de dezembro os três foram indiciados e eram considerados foragidos até se entregarem na polícia em 26 de fevereiro.